Ação desordenada da GCM quase termina em tragédia

Ação desordenada da GCM quase termina em tragédia

O que era para ser uma apreensão de um suposto menor infrator se transformou em tumulto generalizado com disparos de arma de fogo em meio a multidão no bairro do Santa Clara.

DE acordo com nota oficial, a Prefeitura de Atibaia abriu Sindicância para apurar os fatos ocorridos nos arredores do Complexo Santa Clara, no bairro Caetetuba, envolvendo a Guarda Civil Municipal na última segunda-feira, dia 15, e divulgados por meio de vídeo nas redes sociais.

A Secretaria de Segurança Pública esclarece que esta foi uma ação isolada de uma equipe da GCM motivada por uma denúncia de tráfico de entorpecentes. Um detido seria conduzido à Delegacia para registro da ocorrência, mas moradores tentaram impedir, ocasionando o tumulto e, por consequência, uma ação de dispersão por parte das forças de segurança.

A Prefeitura de Atibaia disse lamentar o ocorrido e reforça que a Guarda Civil Municipal sempre esteve empenhada em agir com responsabilidade na segurança da população. Eventuais excessos por parte dos guardas civis envolvidos acarretarão punições, de acordo com o Código de Ética da GCM.

Os vídeos mostram que após o início do tumulto, os GCMs perderam o controle da situação e passaram a agir de maneira isolada sem um comando específico. No vídeo é possível ver e ouvir um GCM gritar com uma mãr que carrega um bebê recém-nascido no colo: “Vai embora com o nené CARALHO”.

Em outro trecho um GCM visivelmente alterado passa a discutir com um dos presentes: Eu sou sujeito homem! Quando que eu atrasei você? Então vai tomar no seu cú”.

Ao perceberem que estão sendo filmados um terceiro se aproxima e ameaça a jovem que gravava: “Vou levar essa porra de celular”, quando um rapaz se aproxima e diz que a jovem está no direito dela em filmar o tumulto.

Vários depoimentos da página “Complexo Santa Clara” no Facebook relataram a revolta dos moradores com a situação. Em um relato o declarante mostra as cápsulas de munição que foram recolhidas no local e informa que um garoto de 10 anos que empinava pipa e teria sido atingido na cabeça e foi socorrido pelos próprios moradores.

Os munícipes ressaltaram que a situação não foi mais grave pelo fato de a Polícia Militar ter feito uma intervenção rápida e controlada a situação.

Um ex-secretário de segurança pública de Atibaia, sob a condição de anonimato, avaliou a situação e destacou alguns pontos importantes e que precisam ser apurados durante a sindicância.

É fato que toda agente de segurança trabalha sob forte pressão, pois coloca diariamente a própria vida em risco diante da violência urbana. Por isso é importante destacar a estrutura psicológica e psiquiátrica que a prefeitura coloca a disposição dos mesmos para que estejam de fato preparados para lideram com situações como a de segunda-feira.

Outro ponto abordado pelo ex-secretário notado na ação de segunda foi a falta de comando na ação. “Esta é uma questão que tive de lidar. Na Polícia Militar existe uma questão rígida no que se refere a hierarquia, tendo punições severas e até prisões. Percebemos que a Polícia Militar no local agia sob um único comando. Já os GCMs atuavam de maneira autônoma, pois esta hierarquia é difícil de colocada em prática por questões políticas e até estruturais. É muito comum ver gente mudando escala e o secretário é o último a saber. Isso enfraquece a própria corporação.

Para o ex-secretário, a prefeitura deve sim uma satisfação pública a sociedade e o acolhimento dos agentes para que passem por acompanhamento psicológico e psiquiátrico. “Acredito que estivemos na iminência de uma tragédia. Ao agente da lei cabe uma postura que não foi vista pelo linguajar utilizado e nem pelo excesso de agressividade. Este trabalho precisa ser feito em conjunto, pois ninguém está acima da lei”, destacou.

A Câmara Municipal caberia o papel acompanhar de perto o ocorrido, tanto para que toda a corporação tenha o atendimento psicológico necessário para lidar com o estresse do dia a dia, como para que a população se sinta segura diante da GCM.

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