Na quinta-feira após as eleições o prefeito eleito Daniel Martini (PL) concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Cidade onde revelou os planos e desafios para a cidade que vai encontrar no dia 1° de janeiro
Daniel define como um verdadeiro cenário de guerra a atual situação da prefeitura de Atibaia após erros sucessivos de gestão, alto grau de endividamento e comprometimento de serviços essenciais. Além de uma crise hídrica sem precedentes na história.
PACIÊNCIA
O novo prefeito pede paciência para a população no primeiro ano de governo, um período que será necessário para colocar a casa em ordem, realizar ajustes e manter os serviços. Ele espera o processo de transição de governo com relatórios que tragam clareza de dados. Mas não descarta a contratação de uma auditoria independente para levantamento de dados precisos e até apuração de eventuais desvios e indícios de corrupção.
Uma revisão geral nos contratos em andamento também deve ser realizada para buscar novas formas de economia.
O caos generalizado está relacionado principalmente a situação de sucateamento do SAAE com obras intermináveis, contratos nebulosos e o descaso no meio ambiente da cidade com licenciamentos ambientais descriteriosos e aterros em nascentes e mananciais. Combinação perfeita para a crise hídrica.
PEDIDO DE SOCORRO
Para Daniel a diferença do resultado das eleições com as pesquisas ventiladas as vésperas do pleito eram nítidas. “Tínhamos um sentimento de receptividade da população muito grande onde andávamos. Crianças vinham abraçar, pessoas paravam o carro para conversar. Era como se o cidadão pedisse socorro pelos rumos que Atibaia estava tomando. O voto no 22 no domingo foi um grito de SOS para Atibaia.
FIM DA VERTICALIZAÇÃO
“Quem votou no domingo, escolheu um rumo diferente para Atibaia e um basta na verticalização. Espigões não serão mais permitidos como os que comprometeram a visualização do movimento natural da Pedra Grande. Quando existiu o tombamento, estava inserido dentro do processo a capacidade contemplativa do monumento e isso foi se perdendo. Tiremos limitação de pavimentos e uma reforma no plano diretor para definir áreas específicas para prédios e menores”, destacou Daniel no quesito verticalização.
HOSPITAL
Sobre o debate sobre a construção do hospital municipal, o novo prefeito alertou que a discussão será com a região e tem que envolver custeio do Estado e União. “A cidade não tem capacidade financeira para assumir o custo de um hospital de média e alta complexidade regional sozinha. Nenhuma cidade faz isso porque não se sustenta no médio e longo prazo. O sistema precisa ser tripartite. Vamos dialogar com a região bragantina”.
REGIÃO UNIDA
Daniel destacou a importância de caminhar junto a região, principalmente o alinhamento com o prefeito eleito de Bragança Paulista, Edmir Chedid. “Não tem que existir essa rivalidade que existe há décadas. Faço uma analogia com o Clube Red Bull Bragantino. Nós vamos assistir jogos em Bragança e o mais moderno centro de treinamento do clube é em Atibaia. A região precisa caminhar de forma unida pelo bem da população que é nossa prioridade. Tanto faz se o hospital municipal será em Atibaia, Bragança, B.J. dos Perdões. O importante é que a população seja atendida.
CÂMARA MUNICIPAL
Sobre a governabilidade com a nova composição da Câmara Municipal, Daniel destacou que fez questão de cumprimentar cada um dos eleitos e sempre teve um bom relacionamento com os reeleitos quando foi vereador. “Não acredito que vamos enfrentar resistências pelo fato de os vereadores terem o mesmo interesse em tirarmos Atibaia da situação atual. Vamos manter o diálogo sempre aberto e respeito ao Legislativo”.
REFORMAS
O novo prefeito também não descarta uma reorganização nas secretarias como forma de conter gastos e redistribuir funções.
Com a expectativa gerado em torno do novo prefeito, que colocou 10 mil votos de vantagem sobre o segundo colocado, um verdadeiro choque de gestão será preciso para colocar a casa em ordem e atender os anseios da população.
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