Não precisava ser nenhum especialista no assunto para prever que o aterramento desordenado para a exploração imobiliária cobraria um preço alto em Atibaia. O Jornal Atibaia alertou em sua edição de 11/05/2024 que a construção do empreendimento Central Ville, aprovado sabe-se lá de que forma, era uma tragédia anunciada.
O QUE ALERTAVA A MATÉRIA:
TRAGÉDIA ANUNCIADA
Na contramão de tudo isso, Atibaia segue sem uma política definida de planejamento e com a liberação de diversos empreendimentos duvidosos no quesito preocupação com o meio ambiente.
Exemplo clássico é o Central Ville entre os bairros do Coqueiro e Terceiro Centenário, bairros historicamente afetados pelas enchentes. São 224 lotes residenciais de apenas 176 metros quadrados e outros 29 lotes comerciais em uma área de 49.168,66m2 que sempre foi conhecida como várzea do Rio Atibaia.
A movimentação de terra no local colocará o empreendimento acima do nível do bairro, fato que ocorreu na época da construção do Condomínio Santa Mônica no mesmo bairro. O resultado: forma uma espécie de contenção e atinge as laterais dos bairros nos casos de enchentes como ocorreu nas enchentes de 2011/2012.
Com tamanho descontrole e colocando em risco iminente a população a única pergunta que fica: Onde está o Ministério Público?
O Jornal da Cidade não tinha bola de cristal e nem jogou cartas para prever o futuro. Mas era uma questão tão óbvia que o resultado foi sentido com uma pequena chuva na tarde da última quarta-feira. Até mesmo os lunáticos terraplanistas poderiam prever algo tão simples. Menos o setor responsável pela prefeitura que na época autorizou a barbárie.
E a situação continua com imensas áreas sendo aterradas as margens da Jerônimo de Camargo e na Várzea do Rio Atibaia no Terceiro Centenário.
Nas redes sociais os moradores se mostraram indignados “É um dia triste para os moradores do Parque dos Coqueiros. Um lugar de paz...tranquilidade com apenas duas ruas, alguns moradores estão aqui a mais de 30 anos e nunca viram uma cena dessa e hoje o loteamento ao lado tirando a nossa paz. Que engenharia é essaaaaaa?????? Quem vai se RESPONSABILIZAR pelos danos causados em apenas 20 minutos de chuva? Imaginem se fosse mais tempo? NAO VAMOS DEIXAR QUE TIREM NOSSA PAZ”, indignou-se a moradora Helena Giglioti.
A Atual gestão se comprometeu durante a campanha que projetos seriam revistos, mas em 10 meses não contratou uma auditoria ambiental especializada para analisar os critérios dos licenciamentos ambientais aprovados e impedir que a população continue sofrendo a cada chuva. Não dá mais para deixar como está para ver como é que fica!
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