Jornal da Cidade Atibaia

Quarta-feira, 24 de Dezembro de 2025
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Níveis do Cantareira acendem sinal vermelho e reforçam necessidade urgente de economia de água

A falta d’água é um risco real, e cada um de nós precisa fazer sua parte para evitar uma situação ainda mais crítica

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Por JC Atibaia
Níveis do Cantareira acendem sinal vermelho e reforçam necessidade urgente de economia de água
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O Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da Grande São Paulo e de Atibaia, opera em situação crítica. Dados atualizados pela Sala de Situação PCJ em 4 de dezembro de 2025 mostram que o sistema funciona com apenas 20,3% do volume útil — um índice que acende o sinal vermelho para toda a região. A queda dos níveis já afeta o Rio Atibaia, que depende diretamente das liberações do Cantareira, e pressiona ainda mais os mananciais locais.

Durante a reunião da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ , realizada na última quarta-feira, 3, foi informado que o Cantareira está reduzindo aproximadamente 0,2% ao dia, ritmo que, caso não ocorram chuvas significativas, poderá levar o sistema a migrar da fase de restrição para a fase especial em apenas quatro dias. Se isso ocorrer, a autorização de retirada de água pela Nova Sabesp será reduzida de 23 m³/s para 15,5 m³/s, além de implicar restrições importantes nas transferências para a Bacia PCJ — que ficará limitada ao volume médio do Q7,10 de 9,98 m³/s, abaixo dos valores atualmente praticados (11,5 m³/s).

A situação já se reflete em diversas cidades da bacia. Em Campinas, por exemplo, o volume do Rio Atibaia caiu abaixo de 10 m³/s, chegando próximo de 8 m³/s, o que comprometeu a eficiência das bombas de captação. A BRK de Sumaré relatou episódios de elevação do nitrogênio acima de 6 mg/l, exigindo redução ou até paralisação do tratamento de água. Também foi registrado que o Rio Piracicaba está abaixo do volume mínimo do Q7,10, reforçando a gravidade do cenário.

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Diante desse quadro, novas reuniões com a SP Águas devem ocorrer nos próximos dias para definir medidas adicionais. A previsão do tempo, no entanto, é pouco otimista: as chuvas devem continuar abaixo da média, aumentando a pressão sobre todo o sistema.

Além disso, o Córrego do Onofre — responsável por abastecer mais de 25% da cidade — enfrenta forte redução de vazão devido ao calor intenso e às chuvas irregulares, tornando-se insuficiente para atender sozinho a região que cobre. Como consequência, cresce a dependência do Sistema Central, também alimentado pelo Rio Atibaia. O cenário evidencia a interdependência entre os mananciais e reforça a necessidade de consumo consciente em toda a cidade.

 

Por que o Cantareira em baixa preocupa toda a região
O volume atual, abaixo de 21%, representa risco real de escassez, especialmente porque:
* é o maior sistema de abastecimento do Estado de São Paulo;
* parte significativa da vazão do Rio Atibaia depende de suas liberações;
* níveis tão baixos afetam toda a bacia PCJ, que atende cerca de 6 milhões de pessoas.

Com menos água disponível, rios a jusante, como o Atibaia, recebem menor contribuição, intensificando quedas de vazão e podendo comprometer o abastecimento em momentos de pico.

 

Como a população pode ajudar — atitudes simples que fazem grande diferença
* Evitar lavar carros e calçadas;
* Reduzir o tempo de banho;
* Fechar a torneira ao escovar os dentes ou fazer a barba;
* Consertar vazamentos internos;
* Reutilizar água sempre que possível;
* Usar a máquina de lavar apenas com carga completa;
* Distribuir tarefas que exigem muita água ao longo da semana;
* Evitar encher piscinas em períodos de maior consumo.

Os maiores picos de consumo acontecem nos finais de semana, pequenos ajustes podem reduzir significativamente a pressão sobre o sistema.

 

Cantareira: importância que ultrapassa Atibaia
O Sistema Cantareira abastece diretamente 12 municípios e influencia toda a rede regional por meio das interligações da Sabesp. Quando seus níveis caem, os efeitos chegam rapidamente aos mananciais locais.

 

Crescimento urbano e desafios ambientais
Atibaia tem histórico recente de crescimento desordenado, com empreendimentos aprovados sem considerar a capacidade hídrica. Esse desequilíbrio é ainda mais evidente em momentos de crise.Segundo informações da prefeitura, a administração atual vem adotando critérios mais rigorosos e atualizou o Código de Obras e Urbanismo para garantir desenvolvimento mais sustentável.

 

Responsabilidade compartilhada
O calor intenso, a irregularidade das chuvas e o aumento da demanda exigem ação conjunta do poder público e da população. A situação do Cantareira e a queda da vazão no Córrego do Onofre mostram que todos os mananciais estão sob forte pressão.

Economizar água hoje é essencial para garantir o abastecimento de amanhã. Cada ação conta e a colaboração de todos é decisiva para evitar uma crise ainda maior.

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